As despedidas servem para separar os lamechas dos que se adaptam às circunstâncias das suas vidas com sucesso e, por isso, são mais leves e felizes.
«Deve sempre dizer-se adeus quando a pessoa ainda nos consegue ver...» ou qualquer coisa do género. E isso permite que a lamechice nunca atravesse os poros dos leves e felizes. E nas despedidas há que ser egoísta e, com piada, dizer-se aquilo que se sente. Não para fazer chorar... para que o outro ria e nos consiga ver ainda mais. Mas esta é uma competência das menos fáceis de se adquirir. Tem que haver aqui uma pitada de mau feitio e alguma imunidade emocional.
E, por mais que os que se foram nos façam falta, nunca, mas nunca, devemos ousar verbalizá-lo, E, pouco a pouco, até mesmo nós nos baralhamos. Existirão mesmo nesse tempo que recusamos recordar? Não. Devemos ter sonhado qualquer coisa.
A imagem mental, outrora clara, tem apenas os contornos principais e o cheiro, dantes entranhado, sumiu-se até do imaginário. Mas, de repente, no elevador, o odor era quase... Na rua, faz lembrar alguém...
Mas em 90% do tempo, nada nos distrai do objectivo: refazer o puzzle para que não faltem peças.
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