quinta-feira, março 30, 2006

O Tempo Sujo

Há dias que eu odeio Como insultos a que não posso responder Sem o perigo duma cruel intimidade Com a mão que lança o pus Que trabalha ao serviço da infecção São dias que nunca deviam ter saído Do mau tempo fixo Que nos desafia da parede Dias que nos insultam que nos lançam As pedras do medo os vidros da mentira As pequenas moedas da humilhação Dias ou janelas sobre o charco Que se espelha no céu Dias do dia-a-dia Comboios que trazem o sono a resmungar para o trabalho O sono centenário Mal vestido mal alimentado Para o trabalho A martelada na cabeça A pequena morte maliciosa Que na espiral das sirenes Se esconde e assobia Dias que passei no esgoto dos sonhos Onde o sórdido dá as mãos ao sublime Onde vi o necessário onde aprendi Que só entre os homens e por eles Vale a pena sonhar. Alexandre O'Neill

terça-feira, março 21, 2006

People Are Strange...

People are strange When you're a stranger Faces look ugly When you're alone...