Algures, por aí, os episódios recentes tornam-se estórias. As certezas do que se diz deixam dúvidas no próprio orador. Algures nas ruas que se cruzam, ficam as vidas intersectadas de alguém, ainda que seja num único minuto. As ocasiões sucedem-se com diferentes atitudes, pessoas e personagens que se encarnam. O estar ou o ficar permite às pessoas sentir uma vida paralela, fingir aquilo que gostariam de ser sem pressões sociais, sem ideias preconcebidas daqueles que já assistiram a momentos menos bons. Noutras vidas, noutras ruas, os desencontros acontecem pela fuga inconsciente de não quer sentir nada diferente, não querer estar envolto num casulo que vai sufocar e terminar com a fase traça. É mais fácil andar que correr e é mais fácil tropeçar que rastejar. O destino que se acha escrito, mas que mesmo assim depende da vontade de alguém, é a treta na qual se precisa de acreditar para continuar. A vida oca, lisa, incolor... Dançar uma dança diferente requer a aprendizagem de passos novos e nessa aprendizagem sempre se pisa alguém. Vezes demais e sem conta. O deambular por cantos conhecidos permite sentir o conforto do pouco mais de metro quadrado, do pó da esquina, dos odores usuais. Depois, a curiosidade de correr para o canto oposto e experienciar outros pós, outros odores, outras rugosidades... Não. O canto escolhido deixa saudades nos fracos de perigo e fortes de audácia. E é aqui que continuar implica não filtrar... o que se tem revelado destrutivo vezes demais. E sim, nas coisas menos racionais, a teoria matemática dos conjuntos funciona lindamente.
terça-feira, março 20, 2007
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