Sair tarde do escritório. Usual. Um hábito, pode mesmo dizer-se. O mesmo ritual de sempre: shut down, casaco, luzes, porta, elevador, rua. Até à paragem do autocarro, sinto que estou num dormitório à céu aberto - bancos de jardim, vãos de escada e passeios servem de beliches. Alguém sentado no chão aguarda uma ambulância rodeado de pessoas. Alguém jaz morto, da bebedeira, junto a uma árvore. Um cego espera que alguém lhe diga que autocarro é aquele. 10 minutos de espera. Perante tudo isto, elaboro sobre o dia difícil que termina e, inevitavelmente, dada a hora tardia, um pensamento de cor neutra ocorre: "existem vidas piores". Finalmente chega o 9. A caminho de casa canto, para dentro, como quem diz uma oração e pede misericórdia: "don’t know where I’m going; don’t know where it’s flowing; but I know it’s finding you..."
segunda-feira, janeiro 22, 2007
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