quinta-feira, junho 29, 2006
terça-feira, junho 27, 2006
A Life Transmission
Confusion in her eyes that says it all.
She's lost control.
And she's clinging to the nearest passer by,
She's lost control.
And she gave away the secrets of her past,
And said I've lost control again,
And of a voice that told her when and where to act,
She said I've lost control again.
And she turned around and took me by the hand
And said I've lost control again.
And how I'll never know just why or understand
She said I've lost control again.
And she screamed out kicking on her side
And said I've lost control again.
And seized up on the floor, I thought she'd die.
She said I've lost control.
She's lost control again.
She's lost control.
She's lost control again.
She's lost control.
Well I had to phone her friend to state my case,
And say she's lost control again.
And she showed up all the errors and mistakes,
And said I've lost control again.
But she expressed herself in many different ways,
Until she lost control again.
And walked upon the edge of no escape,
And laughed I've lost control.
She's lost control again.
She's lost control.
She's lost control again.
She's lost control.
I could live a little better with the myths and the lies,
When the darkness broke in,
I just broke down and cried.
I could live a little in a wider line,
When the change is gone, when the urge is gone,
To lose control.
When here we come.
terça-feira, junho 13, 2006
Santo António na Bica
Nas últimas horas de luz, as ruas íngrumes da bica começavam a encher-se. Os assadores fumegavam, os vizinhos trocavam copos de sangria, os reformados começavam a encher as janelas como que a aguardar a noite mais esperada do ano. Junto ao Adamastor, o ambiente era demasiado underground. A música popular era substituída por um reggae duvidoso e a vontade de socializar com pessoas desconhecidas, sempre com a ajuda de uma cerveja, decrescia substancialmente. Algum medo. Depois do usual reconhecimento de terreno e de uma senhora de cor me ter posto em sentido, pois a cerveja que eu trazia na mão não tinha sido comprada no seu estabelecimento, descobri a melhor sardinha da Bica. Grupo Excursionista Vai Tu, fundado em 1943. Do lado direito da rua, uma mesa inclinada e duas cadeiras com o avô e a neta. O avô recebia o dinheiro e devolvia uma senha que valia sardinha no pão. A neta, mostrando o ar sério com que as crianças ensaiam as responsabilidades adultas, escolhia uma fatia de pão, colocava-a sobre um guardanapo e dava ao cliente. Do lado direito, onde o fumo não deixava ver a nossa companhia, pessoas com fatias de pão na mão estendida aguardavam a sardinha que completava o petisco. A amizade com o senhor do assador do Grupo Excursionista Vai Tu foi espontânea: "Menina, vai um brinde?"; "Minha flor, tome lá a sua sardinha."; "Se não estiver bem assada, venha cá que eu dou-lhe outra!". Um pouco mais abaixo a entrada de um prédio fazia de banco, cumprimentavam-se os moradores do mesmo, que pediam com licença para entrar em casa: "Com licença. É só um jeitinho. Boa noite.". A sardinha no pão era devorada com as mãos, o cheiro entranhava-se pelo corpo. E se não for assim, não se esteve verdadeiramente nos santos populares de Lisboa. A meio da refeição, o encontro com amigos e outros ainda desconhecidos que sabiam as coordenadas do verdadeiro coração dos santos da Bica. Numa das escadarias de calçada portuguesa mais longas do bairro, um palco montado uns quantos metros acima do chão, dava base ao sr. Vitorino e ao organista seu acompanhante, o Jacaré. Não posso de deixar de referir o senhor da t-shirt Staff que fazia o papel de coreógrafo, pouco sincronizado mas sempre de braços no ar. De Amália a Quim Barreiros, de Carlos do Carmo a Xutos e Pontapés. Dançar o bailarico, fazer o comboio, saltar e acompanhar o sr. coreógrafo, cantar o hino e gritar Portugal. Que maravilha! As senhoras de avental a dançar a pares, um velhinho que nos confessa "estou muito bêbedo" e a televisão a acompanhar as marchas na avenida. A multidão forrava as ruas da Bica mas era agradável subir a rua para ir buscar uma bifana, descer mais um pouco e pedir mais uma cerveja, ouvir que música passava no Bicaense ou seguir o som Blue Monday dos New Order. À medida que as horas passavam, os assadores apagavam-se, a neta que dava o pão para a sardinha já dormia e a festa fazia-se um pouco mais acima na rua do elevador. Ver gente conhecida, dar abraçinhos que só fazem sentido porque já não estamos no completo domínio das nossas faculdades e pedir Joy Division ou The Cure ao senhor libidinoso que serve o nosso vodka limão. A noite estava feita com todas as abordagens possíveis. Dançar "Cheira a Lisboa" e degustar a bela da sardinha, estar no revivalismo musical um pouco mais acima do Bicaense e beber um vodka limão. Decidir que esta foi a melhor noite de santos populares. Decidir que a Bica sabe festejar o Santo António.
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